domingo, 16 de novembro de 2008

Perfil Guga Borba

Sou meio contra transcrever textos de jornal impresso para a internet. Mas esse tem linguagem bacana, mais leve.
Foi um perfil feito para a disciplina de Redação Jornalística. Cada aluno fez sobre um personagem da música no Estado. Meu perfilado foi o Guga Borba, da banda Filho dos Livres. Suspeita por ser fã, fiz o possível para ser um texto "isento". Heheh.
Tá aí:



Singularidade traduzida em canção – por Bruna Lucianer

O olhar, é sereno e fixo; o sotaque, praticamente indecifrável; os trejeitos são de um adulto que estacionou nos sonhos e prazeres da juventude. Guga Borba é um músico que vive intensamente a matéria-prima do seu trabalho: cada instante, cada acontecimento é único e pode virar canção nas mãos do poeta.

Curitibano de alma pantaneira, Gustavo Renato Borba nasceu em 06 de junho de 1975; durante a infância, o primeiro instrumento que dominou foi o skate. Mudou-se para Campo Grande aos 10 anos de idade, e as ruas inclinadas da Capital Morena tornaram-se um desafio para o garoto sobre as rodinhas do skate. Para dar um fim aos insistentes hematomas causados pelos tombos, propôs aos pais uma justa troca: o skate pelo violão. Começaria aí uma paixão ardente e eterna.

O “Inverno” viria para esquentar a vida musical desse cara já aos 13 anos. Foi em algum dia como outro qualquer, depois de uma partida de vôlei, que os amigos resolveriam unir-se e formar a “Inverno Russo”, primeira banda onde Guga e Guilherme Cruz tocariam juntos. Todos inexperientes, levando uma batida com pouca sincronia e levemente desafinada, conseguiram completar quatro anos de banda. Quatro anos que abririam as portas da musicalidade na vida de cada um daqueles adolescentes.

Em meados da década de 90, viria a fase paulistana. Guga e Guilherme, que tinha acabado de voltar de Los Angeles onde estudou guitarra, foram para São Paulo e formaram a banda de country-rock “Bella Dona” com mais dois amigos. Fecharam contrato com a Warner e lá ficaram por cerca de quatro anos.

Já em 2000, Guilherme foi para os EUA novamente e Guga voltou para Campo Grande, onde formou o “Naip”, que acabou virando “Banda Naip” por insistência alheia. A essa altura, as composições próprias já permeavam as apresentações do músico. Guilherme voltou para o país a tempo de fazer parte desta fase também, que terminou em 2004, quando nasceria o “Filho dos Livres”.

Liberdade para ser quem eles querem ser, o “Filho dos Livres” foi a decisão de entrar no mercado de um jeito diferente, só com composições próprias. Guga e Guilherme: o duo que caminha junto há quase 20 anos é um dos maiores sinônimos de música regional em Mato Grosso do Sul. Guilherme é a cabeça, Guga é o coração; e assim pulsa uma amizade maior do que a própria música, se é que há algo maior que a música.

Hoje, aos 33 anos, é impossível falar do Guga sem falar de música; é graças a ela que ele sobrevive, seja nos palcos, nos bastidores ou sentado em frente ao computador fazendo design de capas de CDs. Mas por sorte e ironia do destino, o acontecimento mais marcante na vida dele não tem nada a ver com música. O nascimento de sua filha Pietra, quando ele tinha 22 anos de idade, foi o grande salto da sua história, foi quando ele percebeu que “a gente não vem pra Terra pra ficar bagunçando o tempo todo”. Pietra, hoje com 11 anos, virou a grande parceira do pai, inclusive em composições. Mais do que incrível, para o pai ela é Divina paixão.

Guga é parceria, é seriedade, é perseverança. Para Guilherme, padrinho da Pietra, o adjetivo perfeito seria “singular”; “ele vê as coisas de maneira interessante, diferente; dentro do que ele considera correto, trabalha com afinco para realizar seus objetivos”, palavra de quem sabe Quanto vale ser Alguém como você é.

Parceria mais longa do que a com o Guilherme, só a com o pai. Seu Nelson fala em alto e bom som: “um baita de um orgulho”! Geminiano característico deixou marcadas no pai as características de determinação, objetividade e até um pouco de teimosia. Um adjetivo? Amigo. Um Cantador que merece uma trajetória repleta de Madrugadas musicadas, com inúmeros Novos ciclos e cheia de Auroras.

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei a estrevista...
Chegou a todos os pontos da vida desse grande cara que é o Guga...
Parabéns!!