sexta-feira, 21 de novembro de 2008

(...)

Costumeiramente eu fico observando, lá no terminal de ônibus, uma senhora que varre o chão. Todo dia, ela percorre toda a extensão do terminal com uma espécie de vassoura-rodo flanelada empurrando a sujeira.
E imagino: deve ser fácil trabalhar em algo estritamente braçal, onde não é necessário muito esforço mental para realizar as tarefas.
Penso nisso porque minha profissão é muito mais reflexão do que transpiração. Se você não está inspirado, a coisa trava.
Hoje, por exemplo, eu to travada. Não sai nada de interessante.
Vou passar pelo terminal de novo. A senhora vai estar lá, empurrando a sujeira calmamente ruela abaixo.
E eu perdendo os cabelos; porque lapidar pautas no meu estágio é tão fácil quanto carregar trezentos sacos de areia nas costas.

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