sábado, 24 de julho de 2010

Auto-engano



Você já percebeu o quanto fica idiota e fala besteira quando acaba de conhecer uma pessoa interessante? Justamente por tentar parecer interessante também, você começa a tentar agradar; relacionar as preferências da pessoa com as suas, para não parecer “muito diferente”.
Eu não tô falando de personalidade fraca ou qualquer besteira dessas; a gente SEMPRE tenta agradar alguém que nos agrada. Pelo menos à primeira vista. Segunda. Terceira.
O cuidado de não dizer que odeia Mc Donalds ou que ouve sertanejo. Que acha cerveja amarga demais ou que nunca viajou pra outro país. Detalhes; que a gente faz questão de manter longe dos primeiros diálogos, mesmo que a pessoa diga o quão interessante é ser diferente.
A graça é ir se desvendando aos poucos, se mostrando aos poucos. Deixar ela te pegar cantarolando Guilherme e Santiago e RIR MUITO da sua cara. A conquista é uma das ações mais nobres do ser humano, quiçá a mais. Justifica pequenos grilos e omissões.

Ps.: auto-engano tem hífen?

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Conto de fadas para mulheres do séc. 21

No e-mail que eu recebi, diz que o texto é do Luís Fernando Veríssimo. Mas vai saber né...

Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa independente e cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma rã.
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: - Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Mas uma bruxa má lançou-me um encanto e eu transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para sempre...
E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava: - Nem fo...den...do!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

5 de julho

Aniversário, geralmente, é um ano novo particular. Tá, tem gente que não gosta, não liga. Eu gosto e ligo muito, desde sempre. Canceriana feelings.
Apesar de nunca ter tido uma festa bombante ou uma surpresa inesquecível, sempre espero com ansiedade e me sinto diferente nessa data. Não sei explicar direito, mas é assim.
Começo a refletir sobre as pessoas a minha volta; perdas e conquistas; acertos e burradas e faço planos a curto, médio e longo prazo. Bem coisa de ano novo mesmo. MEU ano novo.
Do dia 5 de julho de 2009 até hoje, minha vida deu guinadas mirabolantes. Não vou entrar em méritos específicos, mas não custa registrar como anda minha vidinha hoje, nem que seja para ler no dia 5 de julho de 2011 e refletir mais um pouco.
Ali embaixo, no meu último post, eu ainda era uma acadêmica de jornalismo às voltas com a elaboração da monografia, sofrendo em um estágio meio tenso e passando por dificuldades emocionais. Hoje, sou jornalista (diplomada), passei de universitária quebrada para profissional registrada e meu coração acalentou-se.
Continuo morando na minha casinha, mas a distância dos meus pais diminuiu de 130 quilômetros para 8 quadras. Conheci pessoas incríveis; me aproximei mais de pessoas que já conhecia mas não imaginava o quão incríveis eram; me afastei de outras, algumas voluntária outras involuntariamente. Enfim, aquele monte de coisa que acontece o tempo todo com a gente, mas que merece uma fatiazinha do tempo para ser avaliado, com carinho ou indiferença, mas merece.
Paro para pensar nos objetivos que tinha a curto prazo, e fico imensamente feliz por tê-los alcançado, todos. Ter um emprego para poder comprar meu álbum de formatura; parar de passar as vontades capitalistas que me afligiam durante o curso universitário; descobrir que acertei na profissão e que sobreviverei à rotina dela.
Sim, o primeiro semestre de 2010 se resume a fatores profissionais. Chego a trabalhar 14 horas por dia, contando o tempo que passo ajudando meus pais. Mas não tem como não ficar feliz e orgulhosa com o que conquistei em apenas 6 meses de formada. Sempre tive grandes expectativas em cima de mim; famílias e amigos confiando em um sucesso às vezes utópico. Pelo menos, até agora, não decepcionei ninguém (nem a mim mesma, o mais importante).
Enfim, não casei aos 21 como imaginava quando tinha 11 e, possivelmente, não ficarei rica aos 22 e terei meu primeiro filho aos 23. Mas, na medida do possível, cheguei aonde queria chegar sempre que pensava com os pés no chão. Ah, aprendi a ter mais pé no chão. Mesmo querendo voar.
Ah, voei de avião. E meu ouvido nunca mais será o mesmo! Aprendi a ser mais tolerante com mudanças; aprendi a ser menos tolerante com injustiças. Aprendi a ser.
Um bom 5 de julho pra todo mundo. Um bom meu ano novo pra todo mundo.