segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Voltei.

Quanto tempo sem escrever...
É que, sabe, durante o final de semana eu não fico sozinha resmungando. Hehehe.

Hoje eu queria escrever um belo texto de repúdio à situação que está criada na minha sala na faculdade. Mas não estou suficientemente inspirada para tal.
Então vou só retratar a situação e prostrar-me contra.

Já se vão uns 3 ou 4 semestres que a nossa turma é tachada como a sala de plagiadores, preguiçosos e, ainda por cima, arrogantes do jornalismo.
Tudo começou lá no 3º semestre com algumas resenhas descobertas no Google; depois alguns artigos e, pra completar, trechos de matérias fake, inventadas.
Em uma sala de 30, 35 alunos, uns 5 conseguiram a façanha de apodrecer, aparentemente, o cesto inteiro.
Os professores passaram a avaliar meticulosamente cada linha do que escrevemos. Se houvesse uma frase de outrém (ou que pareça de outrém) sem os devidos créditos, é zero na hora.
Até aqui, nada de errado.
Plágio deve sim ser considerado falta grave e merece zero.

Só que, por causa desses "alguns", criou-se uma situação mais ou menos assim:
"Um jornal inteiro pro 6º semestre? Não vai sair, eles não fazem nada."
"6º semestre é? Leia com atenção, deve ser cópia."
"Vixi, não dá mole não, se é do 6º semestre tem que ter cuidado."

A coisa foi tomando uma proporção absurda; os alunos (a grande maioria inocente) se indignando com os professores, os professores pegando pesado demais com os alunos.

Resultou numa reunião com o coordenador do curso, aonde nós, ingenuamente, acabamos pedindo mais RIGOR. Queríamos que os professores tomassem o lugar de mestres que lhe são de direito, e fossem mais justos com as avaliações.

Pronto. Bastou para que a palavra RIGOR fosse interpretada da pior maneira possível e o que já estava irritante tornou-se insustentável.

Fecharam-se todas as possibilidades de diálogo entre professor e aluno. Não entregou porque? Não interessa o porquê, não entregou é zero. Mas professora, deixa eu explicar... ZEROOOOO.

Prova de Redação Jornalística IV. Alguns dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e INVENTE algumas fontes. Como assim professora, você quer que a gente invente depoimentos? Isso, quero. Quero ver a capacidade que vocês têm de criar. (??????)

Final do semestre, tínhamos que entregar um CD com vários trabalhinhos de Photoshop feitos durante o semestre. "Alguns" (né pessoal) pediram o CD emprestado para "ver" o que tinha que fazer. Copiaram. Todos foram com zero. Inclusive o coitado que emprestou o CD. Tentamos explicar pra professora que era injusto com quem tinha feito tudo o semestre inteiro e que emprestou o CD na inocência. Não teve conversa.

Eles não querem saber de conversa. Diálogo pra quê? Você faz Comunicação Social, pegue a comunicação e jogue no lixo.

O fim da picada foi hoje. Quase a sala inteira de exame na mesma Redação Jornalística IV. Uma questão com 8 alternativas (de A à H) onde era preciso fazer a relação das letras que continham afirmativas verdadeiras. Eliminatória. Errou uma, é ZERO. Quanto valia a questão? 5. Ou seja, errou uma afirmativa (que por sinal estavam recheadas de pegadinhas), já era metade da prova.

Mais de 10 pessoas pegaram DP. Pessoas que estão longe de se enquadrar entre as "maçãs podres" (pelo menos a maioria).

Não sei se consegui explicar tudo direito. Só sei que a indignação é geral. Ferrar aluno não deveria ser o esporte preferido do professor.

E mais, quem não se comunica se trumbica né gente? Abrir espaço pra quem sempre se mostrou dedicado em sala de aula não faria mal pra ninguém.

Foi só um desabafo.

Não me enquadro entre as pessoas que pegaram exame. Não tive nada a ver com o rolo do CD. Só não quero passar o último ano de faculdade "apostando corrida" com professor. Quem chega ao final do bom-senso primeiro?

Tá difícil.


Obs.: Não generalizo. Ainda conseguimos bons resultados e boas relações com alguns professores. E também há alguns alunos que alegam não enxergar "nada de mais" com os últimos acontecimentos. Cada um é cada um.

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