quinta-feira, 17 de julho de 2014

Faz, vai?

Teste psicotécnico para ter acesso a um navegador de internet:

1 – O que você pensa quando vê um post no Facebook com foto de criança com um enorme tumor visível avisando que, a cada compartilhamento, R$ 0,15 serão doados para o tratamento:
A – “Vou compartilhar correndo, tadinha da pobre criança. Também vou aproveitar pra escrever um comentário com uma pequena oração para ajudar!”
B – “Sei que esse negócio de doação via Facebook não existe. Mas vou curtir para que apareça em mais timelines e as autoridades tomem conhecimento da existência dessa pobre criança”.
C – Afff!
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2 – Qual a sua reação quando vê um post com uma imagem divulgando uma bolsa-auxílio inacreditável do Governo Federal, tipo bolsa-prostituta.
A – Que absurdo!!!! Esse governo é uma piada mesmo!! A gente trabalha honestamente, 10 horas por dia, para ganhar um salário de miséria... Bando de filho da p...
B – Hmmm, estranho. Mas a Dilma é bem capaz de fazer isso mesmo. Vale a compartilhada para o pessoal ficar esperto nas próximas eleições.
C – Afff.
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3 – Qual sua opinião a respeito de hashtags?
A – Hash o quê?
B – Quanto mais, melhor!
C – Pra dar uma zoadinha, vale.
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4 – Quando você comenta a foto de alguém...
A – Marca o nome completo da pessoa, já que quando você colocou a primeira letra do nome o Facebook te ofereceu essa opção maravilhosa.
B – Marca só o nome, sobrenome é desnecessário.
C – Cara, a foto é dela, não preciso marcar, ela vai ver que eu comentei.
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5 – Quando você escreve e posta um texto maravilindo, que demonstra toda a sua inteligência, você...
A – Marca a galera toda no post. Quantas pessoas dá pra marcar? Umas 50? Massa!!
B – Envia o link para algumas pessoas especiais por mensagem. Só pra garantir que elas leiam.
C – Escrevi. Lê/curte/comenta quem quer. Ninguém é obrigado.
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6 – Sua reação quando recebe a 500ª notificação do Candy Crush Saga.
A – Faz um post esculachando: Car@7lh&*&0, parem de me mandar essas merdas! Eu não jogo no Face!! Vai trabalhar, bando de vagabundo!
B – Faz um post educadinho, solicitando educadamente que as pessoas parem, por favor, de mandar esses convitinhos porque você não joga no Face.
C – Onde desativa essas notificações mesmo?
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7 – Vê o milésimo post de uma pessoa que segue uma linha de raciocínio/ideologia completamente diferente da sua e que te incomoda profundamente.
A – Não aguenta mais e comenta chamando a pessoa de burra, perdida na vida, onde que já se viu pensar dessa maneira. O MUNDO INTEIRO sabe que não é assim que as coisas funcionam!
B – Pensa se vale a pena comentar. Se a pessoa vai desenvolver um sadio debate de ideias.
C – “Deixar de Seguir”, olha que maravilha!
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8 – Você está terminando de fazer esse teste e pensando:
A – Que absurdo! Quem essa pessoa pensa que é pra avaliar se eu posso ou não ter acesso à internet????
B – Cara, faz sentido...
C – Velho, piada massa!
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RESULTADO: Se você marcou a alternativa “A” em qualquer uma das questões, ou a alternativa “B” mais de 3 vezes, desligue o computador e vai ler um livro, assistir televisão, cortar a grama. Enfim, QUALQUER COISA que possa ser feita off line.
Se você marcou a alternativa “B” até 3 vezes, você ainda tem salvação. Converse com aquele seu amigo fã de Star Trek ou reflita um pouquinho antes de compartilhar coisas aleatórias. No fundo, no fundo, você sabe que tá fazendo coisa errada.
Se você marcou exclusivamente as alternativas “C”, tá de boa. Tranquilinho. Pode continuar rolando a timeline.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Privilégio de jornalista

"Não, credencial no pescoço não é privilégio. Descolar uma boca em evento restrito a “poucos e bons” muito menos. Privilégio de ser formador de opinião? Hoje, com as redes sociais e os reclames aqui ali acolá, todo mundo é formador de opinião. O quê? Privilégio de ser o Quarto Poder? Caraca, você insiste com esse Quarto Poder, hein? Já te falei que Poder com caixa alta é um troço tão decadente.

Quer saber? Privilégio de jornalista é ter um olhar que poucos têm, uma sensibilidade rara, um ouvido atento. Coisas simples. Assim."

- Duda Rangel

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Verbos

Comece uma nova vida. CORRA. Trilhe um novo caminho. VIAJE. Compre alimentos saudáveis. COMA. Limpe tudo com mais frequência. CONVERSE. Assista mais filmes e seriados. ENTENDA. A vida é mais simples do que parece. DOE. Se atreva ao desconhecido. ENCARE. Entenda que a dúvida é o prenúncio da certeza. MUDE. Esteja sempre por perto. MOSTRE. Mastigue devagar e sinta mais o sabor. APROVEITE. Sorria praquele desconhecido. QUESTIONE. Tome mais água. SINTA. Reclame com razão e agradeça com entusiasmo. FAÇA. Fale com calma e grite com emoção. LEIA. Esteja atento aos sinais. E SINALIZE!

quarta-feira, 9 de julho de 2014

A gente recorre no erro de esperar normalidade das pessoas. E esquece que a falta de bom senso é uma patologia quase epidêmica.

7 x 1

Acordei com aquele nó na garganta, sabe? Aquele típico de quem sofre uma grande decepção, um grande baque. A festa tava linda e eu me reconhecia em cada brasileiro que via com a camisa amarela em dia de jogo. Disse antes da Copa começar e repito: não era a hora de receber um evento desse porte numa casa bagunçada como a nossa. Mesmo assim, o brasileiro fez o que sabe fazer de melhor: ser hospitaleiro, alegre e festeiro. E, por um mês, foi bacana demais ver (quase) todo mundo na mesma vibe: são-paulinos, palmeirenses, gremistas, botafoguenses, todos lado a lado querendo a mesma coisa.
Uma pena ter acabado da maneira que acabou. Fico triste pela história manchada com uma derrota tão traumática. O choro do David Luiz e do Júlio César ecoou no coração de muita gente. Eles mereciam um desfecho menos dolorido. A gente também.